quinta-feira, 19 de abril de 2007

Tempus Fugit - Tales from

TEMPUS FUGIT significa muita coisa, mas é o nome de um grupo rock carioca com boa experiência de estrada. Formado em XXXX já lançou dois ótimos discos. Em uma entrevista com o tecladista André Mello, ele revelou que o segundo é o favorito da banda, por ser mais maduro, mas quando um grupo acerta no primeiro álbum, fica difícil não falar dele. Este é o caso do TF. O grupo é formado pelo André Mello (teclados, voz e vocais), Ary Moura (bateria e percussão), Bernard (baixo,narração e vocais) e Henrique Simões (guitarras, violões, cavaquinho, bandolim e vocais) e o álbum chama-se “Tales from a forgotten world”. É necessário comentar que o trabalho gráfico, a cargo do Bernard, é primoroso. Ele é um dos nossos grandes artistas gráficos e suas capas, em livros ou CDs, são maravilhosas. Bem, findo este “parêntese” tratemos das músicas. O álbum abre com PROLOGUE, onde Bernard faz uma narração bem ao estilo do grupo Mood Blues, com os teclados criando todo o clima para esta abertura que traz referencias de outro grande nome do rock: Rick Wakeman. A segunda faixa mostra um excelente trabalho do guitarrista Henrique e que André não é só um tecladista, mas também um exímio pianista, algo um tanto raro nesses nossos tempos de arranjadores e tecladistas que só sabem usar uma mão. Mas se André toca piano com as duas mãos, quando ele precisa só de uma delas pra desenvolver linhas melódicas em seus sintetizadores, o grupo só tem a ganhar (e nós ouvintes também). Na terceira faixa, é onde isso é bem claro. Mas há o excelente violão clássico do Henrique, preparando o clima para a segunda parte, quando Bernard e Ary aparecerão com força total. Bernard é de uma discrição surpreendente, nesses tempos em que os membros de uma banda não se conformam em desempenhar seu papel. Discrição, segurança e presença, seriam adjetivos adequados pra descrever sua participação. Ary, é um ótimo destaque, por ser capaz de alternar momentos de intenso ritmo com passagens sublinhadas apenas discretamente. Tentei definir se TEMPUS FUGIT era um grupo dominado por teclados ou por guitarras, mas não consegui, pois enquanto ele tem muitas passagens que emocionam os fãs do rock sinfônico ou progressivo, as guitarras de Henrique, aliadas ao vigor da “cozinha” de Bernard e Ary coloca o TEMPUS FUGIT em mais de uma categoria do velho e bom rock’n roll. O que é certo é que o som desta banda é muito superior a muita coisa que se ouve por aí. Ao lado da QUATERNA REQUIEN (já comentado aqui) e de algumas outras bandas nacionais que ainda vou apresentar a você, a TEMPUS FUGIT é daquelas que merece um maior espaço no coração de todos nós, porque, convenhamos, não é fácil fazer música de qualidade nesse país.

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