
Em 1975 ouvir isso soava muito estranho, um disco um pouco difícil, mas bonito. Hoje em dia nem se daria atenção a um lançamento desses, passando por mais um disco de World Music. O problema com essa “definição” é que os americanos, chamam tudo o que eles não entendem ou acham que é exótico de World Music. Basta dizer que por dois anos consecutivos o Grammy dessa categoria foi para brasileiros.
A boa World Music, é aquele em que há “dever de casa” ou no mínimo interação entre os músicos. Isso é exatamente o que se encontra nesse disco. A idéia de George Gruntz foi integrar a percussão, militar e civil escocesa com uma típica bateria jazzística e outra eletrificada. Foi mais além, integrou a banda de pífanos civil com a banda de gaita de foles militar e o quarteto de jazz.
Maestro, pesquisador e estudioso com vários livros publicados na Europa. Lamentavelmente não é citado nos livros americanos sobre jazz, salvo quando acompanhando algum americano.
Ele possui outros discos similares, infelizmente todos fora de catálogo. O primeiro MONSTER STICKSLAND MEETING era com percussionistas africanos, atualíssimo por sinal. Sua característica é de fazer arranjos de músicas tradicionais mesclando-as com o idioma jazístico. Um exemplo é uma música chamada FUDIWEGGLI - não tenho a menor idéia do significado – onde os pífanos, pequenas flautas comuns no Nordeste, executam a melodia junto com o grupo de jazz. Há também a tradicional WHISKEY ON THE ROCKS onde os pífanos são acompanhados pelas gaitas de fole do BASEL DRUM CORPS. Curioso o quase “guincho” que as gaitas dão ao não alcançarem as notas agudas dos pífanos.
Ao final da audição tem-se uma estranha sensação de familiaridade, afinal, ali estão os improvisos de piano e sax conhecidos do universo jazzístico, mas o arranjo e a interação deles com os instrumentos escoceses são tão perfeitos, que tudo soa absolutamente novo.
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