quinta-feira, 19 de abril de 2007

Renaissant – South of Winter

Lendo rápido, você meu leitor pode achar que errei o nome da banda, principalmente se fosse possível você ouvir o som que está tocando aqui nas caixas do estúdio. É o mais puro RENAISSANCE, com toda sua típica delicadeza e suavidade melódica. O pianista na primeira faixa é JOH TOUT. Ué, mas esse era o pianista/tecladista do RENAISSANCE. Se eu disser que o baterista é TERENCE SULLIVAN você então vai ter certeza de que há algo errado. Porém não há nada de estranho. Trata-se da última e bem vinda excursão musical do baterista TERENCE SULLIVAN, membro original do RENAISSANCE desde o álbum PROLOGUE. Em SOUTH OF WINTER, com uma belíssima capa, ele retornar ao espírito do RENAISSANCE muito bem acompanhado. Além da participação especial de JOHN TOUT em 4 das 9 faixas, estão sua esposa e filhos. Conversando por email com LEE SULLIVAN, tecladista, produtor e filho de TERENCE, ele me contou que se tratava apenas de reunir as pessoas com mais empatia para fazer este tipo de trabalho e neste ponto TERENCE acertou em cheio. O álbum chega a ser melhor do que algumas reedições da própria banda e as comparações são inevitáveis, mas só contando a favor. Isso parece se dever ao sangue novo dos filhos: LEE (tecladista, produtor e engenheiro), KRISTIAN (violões e guitarras) e DERRICK (baixo). Além dos vocais de CHRISTINE SULLIVAN, esposa de TERENCE, que não é ANNIE HASLAM, mas também é uma excelente cantora. Mas o que mais chama atenção é que LEE está imbuído do espírito de JOHN TOUT e mostra-se um discípulo à altura. Cheguei a ficar sem saber quem tocava, tanto que consultar o encarte várias vezes. O trabalho dele ao piano e teclados é impecável, principalmente quando se trata de simular os instrumentos orquestrais tão familiares aos fãs do RENAISSANCE. Uma das faixas que merece destaque é COLD FLAME, onde TERENCE demonstra versatilidade tocando bateria, percussão, violão, teclados e cantando. Bem, sua voz não é nada demais, mas se inclui na categoria musical dos músicos que cantam (onde incluo sempre nosso JOBIM). Há um leve toque oriental e inteligentes guitarras de KRISTIAN, com um timbre atual e não presente no trabalho do RENAISSANCE. Mas esse disco serve principalmente como uma aula do bom uso de teclados emulando uma orquestra. A bateria de TERENCE é sempre um destaque pela leveza e pela capacidade de deixar a música fluir. Não se trata do álbum de um baterista, nem tão pouco é alguém tentando fazer um som semelhante a outro, pois TERENCE também era um dos responsáveis pelo som do RENAISSANCE, que em seus últimos álbuns não mostrava o mesmo frescor de antes, algo compreensível para uma banda tão antiga, mas que ressurge aqui, com outros músicos e a mesma proposta. “Papai” TERENCE deve estar orgulhoso, porque essa sua cria promete muito e com certeza este é o melhor álbum de família que já escutei nos últimos anos.

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