
O álbum abre com uma cortina de sintetizadores e... Caixa de fósforo, seguida de berimbau, tamborins, surdos, repique, frigideira, ganzá, pandeiro, mais sintetizadores, agogô, cuíca e bateria. Inacreditável. É o verdadeiro Samba do Suíço Doido. Além dos “Percussionistas do Rio de Janeiro”, tem um time de primeira tocando com ele: JEFF BERLIM (baixos) RAY GOMEZ (guitarras) ALPHONZE MOUZON e ANDY NEWMARK (bateria) e JOHN MCBURNIE e VIVIENNE MCAULIFE (vocais).
O suíço misturou música clássica, samba, ponto de macumba, de capoeira; fez baião chamado CACHAÇA, colocou música romântica (afinal é uma história de amor) no meio e ficou bom.
Uma das melhores músicas é INTERMEZZO, algo pseudobarroco, onde os vocais fazem um bonito contraponto; francês do lado esquerdo e inglês do direito. São duas letras ao mesmo tempo, evoluindo para um piano rocambolesco, seguido de uma parte espanhola e uma com “toda a orquestra”, onde baixo, bateria, sintetizadores (MINI MOOGS, ARPS, etc) antecedem INDOORS, que tem uma boa “batalha” entre guitarra e MINI MOOG, que por sua vez antecede outra entre ARP (direita) e MOOG (esquerda), com divisões em crescendo de 7/8, 10/8, 13/8, 14/8 e “etc”. Quando as coisas se acalmam chega o momento romântico de BEST YEARS OF OUR LIVES.
O então lado dois começa com outra cortina de sintetizadores em DESCENT e aparece novamente a percussão em INCANTATION-PROCESSION “uma cerimônia de funeral na selva. Um canto de macumba é ouvido vindo do fundo” (a estória é confusa, mas a música excelente). Em DANCING NOW, ele continua a salada, com tamborins, agogo, bateria e piano: “uma das faixas gravada ao vivo no Brasil em um único take”. IMPRESSIONS é uma mistura de temas, que me soa como um improviso de piano. Aí temos outra música romântica com piano, baixo e bateria. RISE AND FALL é o princípio do fim, com bom solo de guitarra sobre a base de percussão até o tal salto de mãos dadas. O fim é SYMPHONY IN THE SPACE, um bonito tema que lembra um pouco o grego VANGELIS.
Parece louco? E é. Este é daqueles álbuns pra se ter em casa, e mostrar pros amigos, ainda mais que agora, passados 30 anos do seu lançamento, ele não ficou datado.
Parabéns ao suíço, que chegou a gravar outro disco (OUT OF THE SUN - CHARISMA 1977) com brasileiros, mas não tão bem resolvido como este.
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