
Eu tentei escapar de colocar outro disco do Keith Emerson na seqüência, mas apesar das minhas promessas, não consegui tempo pra colocar outras coisas interessantes que ando ouvindo, mas o maior motivo é que o KEITH EMERSON lançou um disco novo. Finalmente, depois de alguns anos tocando ao vivo com a KE Band – nome pouco original – ele lança um disco de estúdio. Mas o negócio é que o disco é bom demais. Esse disco é a prova irrefutável de que o grupo Emerson, Lake & Palmer é muito e somente Emerson. Legal, Lake tinha um vozeirão e o Palmer toca como poucos, mas o som, aquela coisa toda é dele. É, porque ainda está nesse senhor de sessenta e poucos anos de idade o vigor do velho e bom rock’n roll.
Os primeiros segundos da primeira faixa mostram que o Mr Emerson não está pra brincadeira. Abre com o velho e bom piano à Ginastera pra pegar o Hammond logo em seguida. Está tudo ali. Todos os maneirismos a que estamos acostumados e (falo por mim) estava saudoso. Várias citações a antigas músicas dão um toque de familiaridade à faixa. Cabe uma ressalva: as primeiras faixas são bem curtas e assemelham-se a uma suíte. Quando a voz de Bonilla aparece na quarta faixa, é como um momento pra respirarmos. Mas isso passa logo e o andamento acelerado da faixa seguinte nos lembra quem é o dono da banda.
Na capa interna, Emerson toca um piano em chamas bem ao estilo de Jerry Lee Lewis. O disco é cheio de excessos. Todos os excessos que sempre gostamos no KE. Muitos órgãos Hammonds, pianos, sintetizadores e... Marc Bonilla cantando e tocando guitarra. Ele é velho conhecido do KE, já tendo tocado no álbum Changing States de 1995 e está com a banda desde 2006 touring band, mas ele já tocou com Glenn Hughes no disco The Way It Is de 1999, onde também tocou teclados; com David Coverdale; com Kevin Gilbert e participou do álbum tributo ao Emerson, Lake & Palmer Encores, Legends & Paradox (do selo Magna Carta Records, 1999).
A voz de Bonilla está mais para John Wetton do que Greg Lake, o que não é nada mal. Não tem aqueles exageros do Lake (nos bons tempos) e dá conta muito bem do recado.
O disco é um prato cheio pra qualquer fã do Keith Emerson. Parece os bons tempos do EL&P e não tem uma única faixa daquelas que dá vontade de pular. O álbum soa íntegro. Mesmo as músicas compostas só pelo Bonilla estão bem enquadradas no som do Keith. Pra ser chato, a última Parting quase soa como dispensável, mas é salva pelas guitarras do próprio e pelo piano do Mr Keith Emerson.
O Keith Emerson Band é um quarteto formado pelos já citados acrescidos de Gregg Bissonette (que tocou com David Lee Roth, Joe Satriani, Santana e outros) e Bob Birch (músico de estúdio que tocou com Elton John), respectivamente bateria e baixo, mas que são substituídos em duas faixas por Travis Davis (baixista de Alice Cooper e de estúdio) e Joe Travers (baterista responsável por preservar as fitas e o trabalho de Frank Zappa). Ainda temos as participações especiais de Keith Wechtsler tocando “Jew’s harp” e Nathanial Bonilla (recorder) na última faixa.
A KEB ao vivo conta com os seguintes músicos: Keith Emerson, Marc Bonilla, Travis Davis e Tony Pia (bateria), não que isso faça muita diferença, porque o disco é excelente como está.
Ps1: quem visitar o site oficial do Keith Emerson, vai encontrar um disco chamado Boy’s Club com Keith Emerson, Glenn Hughes (vocais), Marc Bonilla (guitarra), Mike Wallace (guitarra), Bob Birch e Mick Mahan (baixos), Ed Roth (teclados) e Joe Travers (bateria). Com certeza algo que aguça a curiosidade.
Ps2: Bitches Crystal no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=j3uXQPeB9x8
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