sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Rick Wakeman – Out There...

Rick Wakeman é uma referência para qualquer tecladista. Chamado por alguns de “mago dos teclados”, é na verdade um tecladista com formação clássica que no início dos anos 70 aventurou-se pelo rock com grande sucesso. Sua participação no grupo YES foi decisiva para o som sinfônico que eles buscavam. Em uma entrevista revelou que sua função na banda era “apenas embelezar as músicas” dos outros. Declaração modesta e verdadeira. Como tecladista de apoio é um dos melhores, mas a maioria dos seus discos solo acaba decepcionando. Sua estréia com o instrumental “Six Wives...” chamou a atenção para o até então jovem e desconhecido, tecladista do YES. Seu projeto seguinte “Journey to the Center of the Earth” fez mais sucesso, unindo uma orquestra sinfônica e um coral a um grupo de rock, mas as melodias e as letras deixavam a desejar. “King Arthur” seguia a mesma fórmula, mas as melodias e letras estavam mais entrosadas e apesar de não ter feito o mesmo sucesso, musicalmente é superior ao segundo. Quando ele lançou “No Earthly Connection” houve um grande alarido dos fãs que sentiram falta da orquestra e praticamente da megalomania dos dois projetos anteriores, mas a música se sustentou. Vou parar aqui e dar um salto pra 2007 com o disco em questão: “Out There (In Space)”.
Depois de muitos álbuns irregulares, alguns gravados apenas por questões contratuais e de uma “fase new-age” que ele mesmo não reconhece (“Colocaram um piano no palco, os gravadores embaixo e me disseram pra tocar”) ele ressurge com um álbum atual e moderno, mas com todas as características que se espera de um disco de um tecladista. Com as características de um disco do Rick Wakeman. Como o “No Earthly” o tema é a música e o espaço, um hobby que ele cultiva com ajuda de amigos na NASA. A principal diferença deste álbum para qualquer outro dele está na sonoridade da guitarra de ANT GLYNNE. Na bateria está o parceiro de longa data TONY FERNANDES, que tem uma pegada atual e mostra-se mais versátil do que nunca. Para os vocais foi chamado DAMIAN WILSON e no baixo LEE POMEROY. Esta é a nova formação do ENGLISH ROCK ENSEMBLE.
Parece que após os álbuns RETRO (Vol. 1 e 2), Rick descobriu o prazer de tocar e a não ter vergonha dos timbres característicos de seu MINI-MOOG. O disco foi lançado em duas versões. Uma, com a capa vermelha com seis faixas e outra, de capa azul, com nove faixas. A músicas é vigorosa e os momentos contemplativos são mínimos e bem colocados. Para um ouvinte desavisado, pode até parecer um álbum de uma banda como DREAM THEATER ou similar com um tecladista que soa como RW. Mas após algumas audições o álbum cresce de tal maneira que é fácil percebe-lo como um dos melhores da extensa discografia de RW, mesmo sem a orquestra sinfônica, mas repleto de solos de guitarra, MINI-MOOG e órgãos. Altamente recomendado a todos que gostam de boa música.

Um comentário:

Unknown disse...

eu gosto muito da música "The Cathedral Of Sky"

orgão maneiro, principalmente perto do final lá pelos 8:52 minutos.