
Foi assim que ele chegou ao Rio de Janeiro, cidade que passou a morar depois de largar seu emprego no navio. Com sua nova vida no Brazil, veio seu interesse novamente pela música, após 15 anos de afastamento. Junto com alguns artistas brasileiros e o apoio do selo SOM INTERIOR, ele lançou este álbum: FIELDS OF INERTIA. Gravado no Rio entre Janeiro e Junho de 2001, com gravações adicionais feitas em Cambridge (Inglaterra) e mixado em Nova York em Setembro antes de ele retornar ao Rio para masterização e lançamento em 2002. O álbum impressiona. Seja pelo uso da percussão brasileira como também pela performance de Anders nos teclados. É um disco curto, com apenas 33 minutos, mas logo fica claro que resiste a audições sucessivas, crescendo em cada uma delas. O álbum consegue a proeza de recriar a atmosfera dos anos 70 enquanto se mantém atual. A música tem um toque sinfônico tendo alguns momentos bombásticos, mas sempre com muito bom gosto.
Os instrumentos percussivos, geralmente bateria, congas e tambores, adicionam não só um toque Afro-Sulamericano mas também uma dimensão muito diferenciada. Os três percussionistas são: Célio de Carvalho, Robertinho Silva e Valmir Bessa, mas o destaque vai para o excelente baixo de Rogério de Castro. Esse trabalho pode ser comparado ao dos grandes “mestres” Rick Wakeman e Patrick Moraz. Pode-se ouvir um pouco de fusion e de música clássica aqui e ali. As melhores músicas são: a longa CITY OF A HAUTING SILENCE, WINDS OF OLODUM e INFINITE FIELDS OF INERTIA, mas o todo é maior do que a soma das partes e como estas estão muito bem amarradas, ele merece ser ouvido do início ao fim, que é quando ele realmente brilha.