Um novo disco do Tempus Fugit é sempre recebido com expectativas. Tudo começa com a bela arte gráfica de Bernard, atual e enquadrada no contexto do álbum, mas depois ou enquanto, nos deliciamos com o visual, colocamos o CD e logo uma explosão acontece. Uma cortina de sintetizadores, à la Vangelis/Moraz, abre o disco. Uma frase do baixo anuncia a parte II de “Pontos de Fuga” e a participação efetiva do quarteto. A gravação está excelente. Ponto pra Anderson Costa e Luiz Tornaghi, respectivamente Engenheiro de Som e responsável pela masterização. “Ponto de Fuga” é a música exata pra abrir o CD, mostrando uma boa pegada da banda e essa “pegada” continua em “Unfair World”, que traz um clima diferente, um pouco mais suave, mas a guitarra de Henrique Simões não deixa a música se perder. Aparentemente ele e Ary Moura (bateria) são os responsáveis por puxar a música pra cima, mas é impossível deixar de comentar que o baixo de André Ribeiro mantem-se honradamente ao fundo, sem perturbar ou distrair, funcionando como boa ancora do todo. Essa é uma das músicas cantadas do disco, mas não se deixe abalar, a qualidade instrumental é tão boa que você não vai exigir mais deles. Supertramp nunca teve um grande vocalista e era ótimo. Mas o excelente tecladista, não é um mal cantor. O vocal é correto e talvez aí esteja o detalhe. Eles esbanjam técnica e intimidade nos instrumentos, mas falta (ou fez falta) um vocal com mais personalidade, não aqueles vocais femininos operísticos que estão em moda. O som do Tempus Fugit pede algo bem próximo do que eles tem e pensando bem, é melhor deixar como está. Henrique dá belas choradas com sua guitarra aqui, onde aparece o discreto violão de André Ribeiro. Algumas passagens em uníssono de piano e guitarra, principalmente os compassos finais, são memoráveis. “Only to be with you” já começa com andamento acelerado, sem dar descanso aos músicos. Como sempre, bons solos de uma guitarra bem timbrada e de um Moog afinado (oops, André avisa na capa que o Moog estava “doente”, portanto alguém bem parecido tomou seu lugar). O clima muda para a entrada dos vocais e logo a guitarra puxa tudo pra cima novamente, não deixando o romance ficar nem adocicado nem enjoativo. Essa faixa tem 10m e não é a maior. Num contexto assim, seria fácil perder o rumo, mas não acontece. O solo de baixo, perto do fim, foi uma maneira bem interessante de mostrar isso.
Lá fui eu falar de vocais femininos lá em cima e “The Princess” começa praticamente com a bela voz de Mirna Bertling. Sou forçado a discordar de mim mesmo e dizer que a voz ficou muito boa. Quando junto com a de André, o resultado é melhor ainda. Por falar em resultados diferentes, não se percebe a alteração dos músicos que houve nestas duas faixas, salvo pelo solo de guitarra em “Tears from the Sky” que está mais sujo, no bom sentido. O responsável é José R. Crivanho (do Quaterna Réqueim)que assumiu a guitarra nesta faixa. O baixo foi para Pedro Perz e Henrique Simões ficou com o violão, fazendo um interessante solo na primeira parte.
“Chessboard” (a música) traz os membros originais aos seus postos e um tema quase italiano, de tarantela, com uma guitarra bem pesada. Não chega a ser, mas é quase como o cruzamento do PFM com o Sepultura. Podemos ouvir então mais um convidado, o cantor Fernando Sierpe. Nem preciso falar, porque é melhor ouvir, mas Fernando, Nirma e André juntos chegam bem perto da perfeição. Chama muita atenção a variedade de timbres da banda. André Mello é um conhecido mestre de bom gosto no que se refere aos timbres dos seus teclados, as é raro uma banda em que todos variam e sabem fazer bom uso das sonoridades dos seus instrumentos. Isso fica bem claro quando o disco vai se aproximando do final e o clima entre todos os instrumentos é de total harmonia. Os quatro comungam os ideais da deusa Música.
Tempus Fugit é pra quem gosta de tudo. Tem de tudo do bom e do melhor. Tecladistas vão se esbaldar, guitarristas vão se fartar, baixistas se deliciar e bateristas aproveitar as levadas de André M., André R., Henrique, Ari & cia. Eu por aqui só posso ficar de pé e aplaudir.
Lá fui eu falar de vocais femininos lá em cima e “The Princess” começa praticamente com a bela voz de Mirna Bertling. Sou forçado a discordar de mim mesmo e dizer que a voz ficou muito boa. Quando junto com a de André, o resultado é melhor ainda. Por falar em resultados diferentes, não se percebe a alteração dos músicos que houve nestas duas faixas, salvo pelo solo de guitarra em “Tears from the Sky” que está mais sujo, no bom sentido. O responsável é José R. Crivanho (do Quaterna Réqueim)que assumiu a guitarra nesta faixa. O baixo foi para Pedro Perz e Henrique Simões ficou com o violão, fazendo um interessante solo na primeira parte.
“Chessboard” (a música) traz os membros originais aos seus postos e um tema quase italiano, de tarantela, com uma guitarra bem pesada. Não chega a ser, mas é quase como o cruzamento do PFM com o Sepultura. Podemos ouvir então mais um convidado, o cantor Fernando Sierpe. Nem preciso falar, porque é melhor ouvir, mas Fernando, Nirma e André juntos chegam bem perto da perfeição. Chama muita atenção a variedade de timbres da banda. André Mello é um conhecido mestre de bom gosto no que se refere aos timbres dos seus teclados, as é raro uma banda em que todos variam e sabem fazer bom uso das sonoridades dos seus instrumentos. Isso fica bem claro quando o disco vai se aproximando do final e o clima entre todos os instrumentos é de total harmonia. Os quatro comungam os ideais da deusa Música.
Tempus Fugit é pra quem gosta de tudo. Tem de tudo do bom e do melhor. Tecladistas vão se esbaldar, guitarristas vão se fartar, baixistas se deliciar e bateristas aproveitar as levadas de André M., André R., Henrique, Ari & cia. Eu por aqui só posso ficar de pé e aplaudir.
2 comentários:
o que eu ouvi deles é muito bom mesmo!
boa resenha ;)
valeu pela resenha Alex!!!Grande abraço e obrigado:~)
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